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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Lixo!

No meu armário existia uma túnica que eu vestia muitas vezes.  Tinha-a comprado porque achava que conseguia disfarçar algumas das minha vergonhas.
Ultimamente sempre que abria a porta do armário de manhã dava de caras com aquela peça de roupa que representava tudo que eu já não queria ser.
Numa manhã peguei nela e atirei com ela com violência pra o lixo. O meu marido ficou a olha para mim como se eu tivesse feito uma grande asneira. Perguntou porque é que eu tinha feito aquilo, se eu não queria mais a túnica podia dá-la a alguém que precisasse e além disso os tempos estão difíceis não se pode andar a desperdiçar. A minha resposta foi ‘NÃO QUERO SABER!’ não quero que mais ninguém vista o que me fazia sentir gorda!
Tive mesmo de atirar com aquilo para o lixo e só não a queimei porque não tenho quintal em casa.
Não me quero esconder mais numa peça de roupa. Deixei de pensar que não posso vestir isto ou aquilo porque não disfarça a barriga ou porque não me fica bem.
Senti-me muito melhor desde esse dia. Já não tenho aquele museu no meu armário a olhar para mim todas as manhãs  e a lembrar-me daquilo que eu não quero ser mais.
Libertei-me!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Porque faço isto?

Faço isto porque…

Quero me sentir confortável com o corpo.

Quero ter energia suficiente para brincar com o meu filho.

Quero correr uma maratona (ambicioso, mas sempre sonhei com isso).

Passar pelos espelhos e olhar para mim sem medo.

Quero tirar fotografias e olhar de frente para a máquina.

Quero passar da pessoa que filma sempre as festas de aniversário para a pessoa que também é filmada.

Quero entrar numa loja e comprar um vestido sem medo que nada me sirva ou fique bem.

Quero vestir um bikini sem vergonha de mostrar a minha barriga.

Quero acabar com os pneus.

Quero ser EU.

 

Faço isto por mim!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O meu segredo para não desistir

Defini um conjunto de regras que aplico na minha rotina diária. Ajudam-me a não quebrar a minha dieta e a continuar a ir ao ginásio. Seguem algumas das regras:

Para o treino:
Tenho sempre o saco de treino pronto. Todos os dias quando chego a casa retiro a roupa suja do saco e coloco roupa para o próximo treino.
Coloco o saco sempre à porta, para nunca me esquecer dele quando saio de casa.
Oiço música enquanto treino, ajuda a passar o tempo quando os exercícios são mais repetitivos e a manter a boa disposição.
Conto as repetições de cada série de exercícios por ordem descendente.
Tenho sempre água no saco de treino.
Os pneus da bicicleta estão sempre cheios.
Utilizo sempre capacete e luvas! Já me safaram algumas vezes…

Para ir às compras:
Não vou ao supermercado com fome;
Faço uma lista do que quero comprar e tento não fugir ao que está escrito nela;
Não compro bolachas, doces e bolos para ter em casa.

Para as refeições:
Preparo o meu jantar a pensar no almoço do dia seguinte;
Tenho sempre salada em casa;
Preparo as refeições começando sempre pela salada e/ou legumes;
Consumo essencialmente carnes brancas (frango e peru) e peixe (atum e salmão);
Reservo as carnes vermelhas para dias especiais em que se fazem grandes assados e para o Domingo no almoço de família;
Não bebo refrigerantes ou bebidas gaseificadas;
Como pelo menos uma peça de fruta por dia (raramente frutos tropicais porque são muito calóricos).

No trabalho:
Não compro comida em máquinas de Vending! (Estou a pensar fazer um manifesto anti máquinas de Vending);
Tenho sempre uma garrafa de água na minha secretária;
Preparo pelo menos dois lanches para levar para o trabalho (a meio da manhã e a meio da tarde);

Entre refeições:
Muitas vezes confundia fome e cede. Por isso quando tenho fome entre refeições bebo um copo de água. Se mesmo assim continuar com fome como fatias de fiambre de peru ou um triângulo de queijo magro. Gelatina também resulta.
Tenho sempre pastilhas elásticas sem açúcar comigo, quando vejo alguém a comer um chocolate ou um doce ajudam a manter a calma :)

Espero que esta regras/ditas possam ajudar alguém.
Comigo resulta!


Cirurgião plástico a.k.a personal trainer

Durante muito tempo pensei que a minha única hipótese seria um cirurgião plástico que me fizesse uma lipo a várias zonas do corpo. Ainda bem que não o fiz! Só iria gastar dinheiro, tempo e ficar com cicatrizes. Existe outra solução, com melhores resultados e sem marcas. Um Personal Treiner e uma dieta.
Sempre pensei que os PTs não passavam de sádico-masoquistas, saudáveis que levavam fruta na mochila e passavam o dia a ‘puxar ferro’. Um pouco redutora esta descrição, mas era mais ou menos assim que eu pensava.
Tenho que pedir desculpas a todos os Personal Treiners do mundo em especial ao meu. Hoje percebo que é fundamental ter alguém que nos oriente.
Nas primeiras vezes em que entrei no ginásio senti-me um peixe fora de água, uma alien. Tudo era estranho naquela sala:
·         a música  de feira, aquela batida entra na cabeça e que depois não sai o dia todo. Faz lembrar os carrinhos de choque;
·         as personagens:  ao mirones homens que vão para o ginásio para apreciar quem por lá anda, os  narcisistas que tomam esteróides e que passam o treino a olhar para o espelho;
·         as máquinas que fazem lembrar instrumentos de tortura utilizados pela inquisição.
O meu PT ajudou-me a ganhar o ‘à vontade’ para entrar no ginásio sem me preocupar com mais nada que não fosse o meu treino. Sigo todas as orientações que ele me dá (vá quase todas…) e até agora tenho visto resultados. O facto de ele me perguntar ‘Quantas vezes vais treinar sozinha esta semana?’, ‘Quando é o nosso próximo treino?’ e de me proporcionar um momento tipo Biggest Loser antes de todos os treinos, fez com que me mantivesse concentrada no meu objectivo. Tornou-se o meu camarada de armas, nesta batalha contra o excesso de peso.
Aconteceu que em algumas semanas apesar de estar a fazer dieta e de ir ao ginásio, não perdia peso. Foi frustrante, mas mais uma vez com a ajuda dele superei isso. Mudamos os treinos sempre que as minhas condições físicas o exigem. Transmite-me a energia positiva que muitas vezes me falta. As vezes chamo-lhe sádico durante o treino (se calhar até é) mas o resultado está a vista. Sinto-me muito melhor, mais leve, mais activa, mais feliz, mais confiante e com muito menos dores de coluna. Ele é o meu cirurgião plástico, fez-me uma lipoaspiração não invasiva.
Obrigada PQ por tudo! We’ll keep on fight!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dia "D" - 1 de Junho de 2013

No quarto enquanto me vestia, o ser que EU trouxe ao mundo e que eu AMO acima de qualquer outra coisa, olhou para mim e disse:
‘Mãe ixo que tens na tua baguiga não é um bebé! É gurura!’
Não soube o que dizer, na verdade não havia nada a dizer. Não valia a pena justificar, porque era verdade. Perguntei-me ‘Como é que uma criança de quatro anos consegue ver isto? Como é que eu não percebi que estava assim?’
A resposta a esta questão é complexa, mas existe. Estive demasiado tempo a pensar em primeiro lugar nos outros e no meu trabalho.
Coloquei-me no final da lista das minhas prioridades.

Nesse dia tomei a decisão que teria de mudar e foi o que fiz.
Comprei um livro ‘Dieta dos 31 dias’ de Ágata Roquette. Li o livro, fui ao super mercado e comprei  tudo o que era necessário para iniciar essa dieta .
Na segunda-feira seguinte comecei. Foi duro principalmente no 3º dia porque me apetecia comer pão apesar de não ter fome. Mas a vontade de perder o peso que tinha a mais era mais forte do que comer pão. Agora que já estava a fazer a dieta, falta uma coisa mexer, bulir! Tinha feito uma inscrição num ginásio ao meu filho para iniciar aulas de natação. Na altura foi-me feita uma proposta para eu e o meu marido também frequentarmos o clube. Aceitei a proposta já a pensar que teria de ter alguém que me ajudasse e me orientasse. Caso contrario eu iria fraquejar e provavelmente desistir.
Recebi um telefonema de um Personal Trainer (PT) para marcar a avaliação física. Durante a conversa percebi mais uma vez que apesar da minha dieta continuava a não pensar em mim.
Qualquer horário que ele me propusesse eu não podia, ou porque estava a trabalhar, ou porque tinha de ir buscar o meu filho, ou porque era hora do almoço ou porque tinha de ir dar o jantar ao meu Avô , ou porque tinha de fazer o jantar, ou buscar a minha Mãe... Basta! Posso partilhar algumas destas tarefas! E marquei uma hora.

Se a bofetada que o meu filho me deu foi grande a do PT foi muito maior. Eu era obesa! Tinha dores insuportáveis de coluna, pés inchados, cansava-me com facilidade. Estava podre!
Tinha de mudar isso. Ele disse-me que ao fim de um mês eu iria sentir as melhorias relativamente às minhas dores de coluna e que ao fim de 3 meses eu iria começar a perder peso. Três meses? Nem pensar! Eu quero já! Fiquei com a ideia que ele pensou: ‘Mulher, obesa, casada, mãe, sedentária e a trabalhar todo o dia sentada… Vai começar e daqui a um mês já não deve estar cá’. Seria o pensamento mais lógico dadas as minhas características e a minha falta de tempo. Eu tinha de mudar isso.

Tive o meu primeiro treino no dia 10 de Junho. Foi duro mas foi bom. Eu estava a bulir! Senti músculo que não me lembrava que existiam. No final do treino o PT perguntou-me: ‘Quando é que voltas ao ginásio?’ a resposta só podia ser uma ‘Amanhã’.
Passei a ir todos os dias à hora do almoço ao ginásio. Nos dias em que não podia ir por algum impedimento no trabalho ia andar a pé ou de bicicleta depois do trabalho.
Passou a ser rotina. Preparo todos os dias o meu almoço para comer depois do meu treino da hora do almoço. À tarde saio de casa de bicicleta e faço no mínimo 23km ou vou a pé até um ponto de encontro onde estão o meu marido e o meu filho com as bicicletas para darmos uma volta.
Já perdi 10 kg! Recuperei a minha vida.

Vou continuar!