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segunda-feira, 17 de março de 2014

Ride on


Não me tenho sentido muito bem fisicamente, também tenho andado desmotivada. Ontem nem me apetecia ir ao ginásio mas acabei por ir porque o meu marido fez questão que lhe fizesse companhia e eu fiz-lhe a vontade. Depois de chegar lá equipei-me como se fosse para um funeral, vesti-me devagar com preguiça. Entrei no ginásio e comecei a fazer o meu treino, à medida que fui avançando no treino comecei a sentir-me melhor no final estava bem-disposta.

Hoje como é Domingo e como tem estado bom tempo, tinha de fazer alguma coisa especial. Decidi pegar na bicicleta, só tinha andado uma vez nela desde que caí. Limpei-a, ainda tinha restos de areia da queda, enchi bem os pneus e coloquei óleo na corrente. Testei os travões, dei um jeito ao selim e saí. Tinha saudades dela... Estávamos de relações cortadas mas reconciliamo-nos.

Enquanto pedalava veio-me à memória o dia em que cai. Recordei-me da música que ia a ouvir, do que ia a pensar e do cheiro a mar. Estava tão bem disposta que nem parecia eu, senti-me noutra dimensão. Tudo terminou logo a seguir, não vi a escada que estava à minha frente não consegui evitar e voei literalmente por cima dela. Fui projectada, cai de cabeça sobre o lado direito, consegui proteger a cara com o braço. Com o impacto fracturei a rótula do joelho direito, desloquei um implante auditivo que tenho no ouvido direito, fiquei toda pisada e cheia de dores... Mas claro levantei-me logo à Rambo. Fiz mais 12 km naquele estado a pedalar. Hoje percebo que não o deveria ter feito. Na altura cheguei a pensar que a queda teria sido um castigo ou um aviso.

Fiquei com algum receio de andar de bicicleta desde aquele dia, mas hoje a vontade foi maior do que os meus medos e receios. Pedalei com vontade, no final senti-me muito melhor e com vontade de continuar.

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