Não me tenho sentido muito bem fisicamente, também
tenho andado desmotivada. Ontem nem me apetecia ir ao ginásio mas acabei por ir
porque o meu marido fez questão que lhe fizesse companhia e eu fiz-lhe a
vontade. Depois de chegar lá equipei-me como se fosse para um funeral, vesti-me
devagar com preguiça. Entrei no ginásio e comecei a fazer o meu treino, à
medida que fui avançando no treino comecei a sentir-me melhor no final estava bem-disposta.
Hoje como é Domingo e como tem estado bom tempo,
tinha de fazer alguma coisa especial. Decidi pegar na bicicleta, só tinha
andado uma vez nela desde que caí. Limpei-a, ainda tinha restos de areia da
queda, enchi bem os pneus e coloquei óleo na corrente. Testei os travões, dei
um jeito ao selim e saí. Tinha saudades dela... Estávamos de relações cortadas
mas reconciliamo-nos.
Enquanto pedalava veio-me à memória o dia em que
cai. Recordei-me da música que ia a ouvir, do que ia a pensar e do cheiro a
mar. Estava tão bem disposta que nem parecia eu, senti-me noutra dimensão. Tudo
terminou logo a seguir, não vi a escada que estava à minha frente não consegui
evitar e voei literalmente por cima dela. Fui projectada, cai de cabeça sobre o
lado direito, consegui proteger a cara com o braço. Com o impacto fracturei a
rótula do joelho direito, desloquei um implante auditivo que tenho no ouvido
direito, fiquei toda pisada e cheia de dores... Mas claro levantei-me logo à
Rambo. Fiz mais 12 km naquele estado a pedalar. Hoje percebo que não o deveria
ter feito. Na altura cheguei a pensar que a queda teria sido um castigo ou um
aviso.
Fiquei com algum receio de andar de bicicleta
desde aquele dia, mas hoje a vontade foi maior do que os meus medos e receios.
Pedalei com vontade, no final senti-me muito melhor e com vontade de continuar.
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